sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Por Camila Trindade

Mão esquerda empunhando uma flor, porque a coragem de lutar não precisa ser bruta, mas precisa ser precisa. 
A coragem é armadura, amor é armadura. Nas fragilidades para encontrar força, cada fim de texto é um renascer, retemperança do porvir e mais um tanto de coragem. 
Livro devorado pra expandir o espírito; pra alma não desbotar, lavada que está agora. 
Limpa pra se embrenhar nas esquinas da vida, espreitando as verdades dos alheios que se fazem dentro da gente.
Livro-espelho, pra gente se enxergar virando as páginas.
Gratidão pela destreza do dom, pela brisa que não para. Gratidão pela carta à Flora. Gratidão pelas palavras nas quais juntei pedaços meus. E pela leveza, que não é só, mas que é essencial. 
Livro livre do querer ser, livre sendo. Livro pra livrar e dar coragem.
Gratidão, Ni. Gratidão.

- Por Camila Trindade

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

das ilusões que convêm

dizia-se feliz mas era só míope.
*
antes que eu esqueça, saiba que não penso mais em você.
*
chato que era, jogava xadrez pra espantar o tédio.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Bar é alvo de arrastão no Grajaú (SP)*

(Arma usada pelo bando para conquistar o público)
O Relicário Rock Bar, no Grajáu, zona sul SP, foi alvo de arrastão na noite de sexta-feira (13). Frequentadores confirmaram que sempre na primeira quinta-feira de cada mês, o bar registra uma ocorrência desse tipo. Porém, o arrastão se intensificou no último ano. "É impressionante a forma como o bando age, pega a gente de surpresa, por isso sempre voltamos aqui", disse o casal que preferiu não se identificar. 
Por volta das 20h, uma multidão invadiu o bar que fica na rua Manoel de Lima, 178, no bairro Jordanópolis, no Grajaú, zona sul de SP, e anunciaram - pasmem! -, poemas. Antes de ser um manifesto... antes de ser um manifesto..., diziam em voz alta para sequestrar a atenção das pessoas como se um relâmpago tivesse caído ali, diante dos olhos delas.
Segundo testemunhas que estavam do lado de dentro do bar, parte da multidão estava atenta a cada verso disparado no salão. Foram ouvidos muitos disparos e de vários calibres: falados, declamados, musicados, lidos, decorados, improvisados, atingindo em cheio várias pessoas, deixando marcas irreparáveis em algumas vítimas. Do lado de fora, parte da multidão assistiu tudo e, impressionada com a ousadia do bando, apenas comentava o que via. "No próximo, tomo de assalto o microfone também!", disse meio tímida uma menina para a outra.
Em cerca de quatro horas, todos os presentes se renderam por livre e espontânea vontade ao bando de poetas que pegou ligeiramente uma a uma as pessoas que estavam ali, principalmente as que estavam pela primeira vez. O bando foi feliz na ação, recolheu sorrisos, aplausos, abraços, livros e muitas dedicatórias.
Depois disso, com muita calma, o bando fugiu a pé, de ônibus, de trem ou metrô, prometendo voltar em outubro. A ousadia foi tanta que alguns se misturaram a multidão e ficaram lá até o bar fechar.
De acordo com as vitimas, não foi preciso chamar a polícia nem registrar boletim de ocorrência, porque ninguém se sentiu prejudicado pelo arrastão poético daquela noite. Muito pelo contrário. 
Toda a movimentação foi gravada pelas câmeras do SP Cultura, sob o comande de Alessandro Buzo. As imagens ajudarão na identificação do bando e propagar o arrastão em rede nacional.
Na saída, para comemorar o sucesso da ação, o bando saiu gritando pela rua Sobrenome Liberdade!, Sobrenome Liberdade!, fazendo com que todo mundo percebesse que cada um ali era cúmplice do assalto poético que acabara de acontecer.Acredite se quiser, porque essa história é baseada em fatos reais.


*Texto de Ruivo Lopes, publicado originalmente no blog Poéticas Políticas.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

PRO CURA

Poeta é quem não se alinha, 
não quem escreve
(só).
Os amigos do Sobrenome Liberdade têm me ensinado mais valores do que anos de escola/faculdade. E há um, em especial, que sempre me surpreende. José Francisco de Souza (o Chicão) é dos caras mais tímidos que conheço. Tem mais medo de microfone do que de exame de próstata, acho. Um homem com o coração do tamanho de um Maracanã - lotado, claro. Chicão nunca declamou poesia, nem precisa. Sua alma está em tudo.
Um dia, logo no início do sarau, ele me chamou de canto e me entregou um poema de sua autoria. Disse que tinha escrito inspirado nos poetas do Sobrenome e que era pra eu ficar com aquele papel. Tentei convencê-lo a recitar, mas não teve jeito.
Hoje encontrei este papel e quero transcrever o poema do Chicão aqui. Afinal, ele não pediu segredo.

PRO CURA

Todos os dias eu mergulho dentro de mim
caço pérolas em minhas profundezas
e vivo na constante procura de um brilho,
um brilho que vi em meu coração
e que sorrateiro se escondeu não sei onde

Não canso, não descanso também
enquanto não me encontrar te encontrando
por isso sigo sempre mergulhando
mergulhando sempre me emu coração

Brilho fugido
não queira o eterno fugir
porque um dia hei de te encontrar
talvez escondido em minha mente
com o travesso medo de amar.

- Pra mim, alegria é ter gente sincera ao meu lado. Amanhã tem Sobrenome Liberdade. Amanhã é dia de viver mais!


terça-feira, 10 de setembro de 2013

1º aniversário Sobrenome Liberdade

(Capa: Célio Luigi)
O que tem acontecido no Sobrenome Liberdade durante este ano de resistência, não pode ser descrito num relatório, não cabe em notícias de jornal... Não há fatos a serem contados. Só poesia e Arte.
A próxima sexta-feira 13 será histórica. Celebraremos o 1º aniversário do Sobrenome Liberdade com o lançamento da antologia literária homonônima, que foi organizada por Damásio Marques e por mim.
Este livro Sobrenome Liberdade é uma publicação independente que reúne poesias, contos e crônicas de 40 escritores e imagens do sarau feitas por 3 fotógrafos (clique 
aqui para ver o nome dos autores).
Haverá microfone aberto para leitura e declamação de textos, sorteios de livros e CDs, varal de fotografias e Venda de livros, cds e camisetas. 
Além da apresentação das bandas: Além da Ponte, Apologia Groove, Couro Cabeludo Rock e Pensamento Negro.
O Sobrenome Liberdade é uma é uma iniciativa sem fins lucrativos e autônoma (sem apoio de instituições públicas ou privadas). Vamos juntos!


Percebo que nossa história envolve pessoas que nunca puderam chegar no sarau, mas colaboraram poderosamente nesta caminhada. Exemplo disso são os parceiros Felipe Fênix e Daniel Paiva (e todos manos da banda Infraaudio - Jacareí), Célio Luigi (Jundiaí), Flávia BarrosMixel Nogueira (e todos os insones da banda Vício Primavera - de Mogi das Cruzes), Marciano Ventura, Patty Oliveira, dentre tantos outros. 
"Estar perto não é (só) físico."
Eis aqui a película/convite que o Bruno Oliveira Lima produziu com zero grana e todo coração.


Quando: Sexta-feira (13/9), às 20h. Grátis
Endereço: Relicário Rock Bar
Rua Manoel de Lima, 178 - Bairro Jordanópolis/Grajaú

Contatos: contatolevante@bol.com.br

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

da anatomia do infinito

a ambição de toda alegria é tornar-se felicidade um dia. 
(Sobrenome Liberdade + ARTE - Fotografia: Muriel Xavier)

***
dentro 
é um lugar mutante.

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A cara de mau esconde um banguela que perdeu o tempo de virar museu.

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CIÚME: filme de ficção com pelo menos 1 ator fantasma.

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Tamanha era a intensidade, que seus poemas tornavam-se turbilhões de si.

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que haja agasalho pra tanto calor sufocado.

sentir frio é da pele. calor, do coração!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

ARMADURA (Videoclipe)

Alguns dizem que fazer videoclipe custa caro, dá trabalho e nenhum retorno... que isso é coisa de músico, não de poeta. Ainda assim, a gente faz!
Pode parecer bobagem, mas acho importante isso de meter a cara, fazer uns impossíveis virar brincadeira. O incentivo aqui é único e exclusivamente do coração. Muito obrigado aos parceiros que fizeram junto.
Eis aqui o video clipe do poema ARMADURA, feito com verba zero e amor total!
se gostar, passe adiante. Coragem!


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ninguém Lê

Pessoas de várias regiões de SP reuniram-se hoje na Galeria Olido para trocar ideias sobre um livro. Sim, um livro. (A) Massa, obra de Emerson Alcalde foi posta à prova, degustada, exposta, virada do avesso... O que ficou deste encontro foi a sensação de que temos muito a aprender, a trocar, a ouvir. 
Há muita riqueza na nossa literatura. Não deixemo-nos banalizar.
Qual a vida de um livro? As pessoas levam a sério as obras que lêem? quem lê?
O NINGUÉM LÊ surge de várias questões. Mas não é objetivo chegar a respostas óbvias. Preferimos duvidar e ir construindo uma reflexão coletiva. Não para enquadrar nossos livros em estereótipos, mas para compreendê-los em suas virtudes, singularidades, belezas e pecados (pq não?).
Pensamos que publicar um livro é (ou deveria ser) um ato que envolve cuidado, zelo e muita entrega - dentre outras coisas, é claro. Daí não concebemos aceitar que este livro seja renegado às estantes, gavetas e cantos obscuros.
Todo livro é uma lápide, a menos que alguém o acorde - já disse Michel Yakini
Hoje nos encontramos para falar sobre um livro e todos voltamos pra nossas casas conhecendo mais sobre nós mesmos. A cena é nossa. Livramos!!
Muito obrigado Emerson Alcalde por aceitar nosso convite e fazer desta noite um movimento. Agradecemos a todos que chegaram junto e dividiram suas percepções, dúvidas, vivências, críticas.
Aos que foram apenas pra ouvir, nosso mais sincero agradecimento também. Mês que vem tem mais!

Vamos juntos!